segunda-feira, 30 de março de 2009

Relatório: 9º parágrafo de NIETZSCHE, F. Segunda Consideração Intempestiva

Por Wilson Fernando e Fernanda Fernandes - 30 de março de 2009

Dando continuidade aos estudos acerca dos escritos de Nietzsche, vamos abordando novos focos propostos. O início desse nono capítulo nos propõe que a definição de primogênito pode ser questionada na modernidade. O filósofo põe em xeque sobre se o nosso tempo está preparado ou realmente trabalhando para a primogenitude. Isso se daria pelo fato de nosso sentido histórico ser veementemente grande, ou seja, quase imutável em nossos dias. Os “tempos vindouros” sugeridos por Nietzsche podem ser inferidos como dignos de desconfiança.

Mais à frente e embasando a crítica de Nietzsche aos problemas enfrentados pelos “tempos vindouros”, dois termos nos são apresentados: “ironia” e “cinismo”. Ironia pode ser considerada uma espécie de subversão do nosso conteúdo historicizante, enquanto que cinismo poderia ser inferido como a aceitação dos padrões estabelecidos, ou seja, a não-preocupação em se insurgir, no caso o homem moderno, contra os imperativos dos valores culturais baseados no encadeamento da história. Sintetiza sua ideia assim: “Aquele que não consegue suportar a ironia busca refúgio no bem-estar de um tal cinismo” (Pg. 76). O cinismo, como se pode inferir, levaria à acepção de dissimulação do homem. Para Nietzsche, essa dissimulação constrói discursos do tipo: “a entrega total da personalidade ao processo do mundo”. Com “processo do mundo”, se entende a delegação ou entrega do homem, de uma vez, de seu sentido à cultura meramente baseada na história. O autor considera de modo irônico essa colocação do homem de pensar no “mundo”, enquanto sequer pensa no “homem”. Pudemos inferir de Nietzsche que esse tipo de pessoa cínica e conformada é o tipo de gente que faria o real processo de mundo estar de pé.

Uma vez mais, Nietzsche bate, e bate bem, na cultura historicizante do homem do moderno. Hartmann, filósofo alemão citado por Nietzsche, aparece como fazedor de paródia sobre a história do mundo. No entanto, mesmo citando o livro desse filósofo, “Filosofia do Inconsciente” não deixa claro no capítulo como ele critica a história. Para mais informações, escassas por sinal, sobre Hartmann, acessem http://www.cobra.pages.nom.br/fc-hartmann.html.

Nietzsche compara o “vir a ser” da cultura histórica ao nojo. O homem é obrigado a viver sob a cultura do “vir a ser”, pois, para o homem histórico “ a plena entrega de sua personalidade ao processo do mundo, por causa de uma meta, querer a redenção do mundo” (Pg. 80). Embora se fique confuso neste trecho, pode-se considerar que o nojo sentido por Nietzsche é justamente o do homem se entregar a tal pensamento a se deixar por ele.

Pelo menos, Nietzsche demonstra ter algum otimismo. Ele afirma: “Ainda virá o tempo em que se abdicará sabiamente de todas as construções de processo do mundo ou mesmo da história da humanidade, um tempo em que não se considerará mais de modo algum as massas, mas, novamente, os indivíduos que estabelecem uma espécie de ponte sobre a corrente desértica do vir a ser” (Pg. 81). O pensamento de “processo do mundo” que atinge as massas deixa o povo egoisticamente pequeno e miserável, mutilado e extinto. Com isso, Nietzsche critica a criação de homens históricos das massas como expressão mais nítida da história. “Se a massa tosca encontrou um pensamento qualquer (...) então justamente o criador e fundador daquele pensamento deve ser tomado como grande” (Pg. 85 ), afirma ele.

Como não podia deixar de ser, chega a hora de Nietzsche dar mais um chute no estômago da religião. Para ele, a necessidade de se fazer da cultura casta uma grandeza para atingir as massas colocou em perigo o ideal do cristianismo. Tomando liberdade e tentando seguir uma lógica com o que Nietzsche quer dizer, pode-se estabelecer o seguinte: 1) o diabo provém das massas e vive pelas massas; 2) “o mais nobre e elevado não produz efeito algum sobre as massas” (Pg. 85 ); 3) o cristianismo prega o “poder histórico” e o egoísmo. Fazendo a lógica, o filósofo dá o resultado de que o egoísmo [o diabo, o Anticristo] deve, de acordo aquela concepção, ser nosso deus. Ao mesmo tempo em que prega o discurso do poder histórico sobre nós, a religião do homem moderno simplesmente vem servindo ao Anticristo. O Estado também faria parte desse engodo de servidão ao diabo, quando pelas palavras de Nietzsche, quer “inculcar” nas massas a história.

O papel da juventude “contras as imagens arruinadas do futuro” é novamente apontado, concluindo o capítulo. Nietzsche, como sempre, rejeita a velhice que é pensamento de herdeiro da história e aposta na resistência natural proveniente da juventude às práticas históricas.

Pontos abordados por Nilton e os participantes:

1) É talvez o nosso tempo um tal primogênito?Estamos de fato caminhando para o tempo vindouro ou o passado nos atravanca?

2) Ficamos com a dúvida diante de tal indagação e ao que parece concordarmos com Nietzsche que a cultura que pensamos não nos remete ao futuro, ou ao vir a ser, e sim nos condena a viver no passado, ao ter sido. Assim não construímos o saber, mas o imitamos e o consideramos como indigestível . Nietzsche diz que não devemos considerar o saber como indigestível e que a cultura de massa, principalmente a religião, que atravanca o interesse do homem pelo saber na medida em que remonta ao passado e nos faz olhar para trás por medo do juízo final. Mas esta religião a que Nietzsche se refere não é a Igreja católica de hoje, mas a da base da civilização ocidental: a dos gregos e romanos.

3) O nojo de Nietzsche pela reprodução do saber do passado e com o existente: o homem moderno deve construir o saber e não viver do passado.

4) Falamos do mundo como um todo, mas não falamos daquele que faz a história. Em vez de pensar o mundo, pensar o homem e pensar numa cultura que estamos vivendo agora e o que ainda não aconteceu.

5) Juventude como símbolo do futuro, do novo.

6) Para Nietzsche o homem moderno é resignado, vivendo sob regras explícitas: “as coisas devem acontecer exatamente como agora”.

7) Egoísmo: construção da história por vir, uma vez que funciona como alavanca dos movimentos históricos.

8) Na ótica cristã o diabo é o mestre do progresso e do sucesso, talvez por isso ele seja representado como destruição, fim.

9) Estado = egoísmo = diabo

Personalidades/informações que sairão de “nosso anonimato”:

Johann Wolfgang von Goethe (Frankfurt am Main, 28 de Agosto de 1749 — Weimar, 22 de Março de 1832) foi um escritor alemão, pensador e também incursionou pelo campo da ciência. Como escritor, Goethe foi uma das mais importantes figuras da literatura alemã e do Romantismo europeu, nos finais do século XVIII e inícios do século XIX. Juntamente com Friedrich Schiller foi um dos líderes do movimento literário romântico alemão(1760 a 1780) Sturm und Drang (tempestade e ímpeto).

Principais Obras:

  • Götz von Berlichingen - 1773
  • Prometheus (poesia) - 1774
  • Egmont - 1775
  • Iphigenie auf Tauris - 1779
  • Torquato Tasso - 1780
  • Reineke Raposo - 1794
  • Xenien (escrito com Friedrich Schiller) - 1796
  • Hermann e Dorothea - 1798
  • Fausto - 1806
  • Os Anos de Aprendizado de Wilhelm Meister - 1807

No campo científico, passou anos obcecado pela obra Da Teoria das Cores, em que propunha uma nova teoria das cores, em oposição à teoria de Newton. Essa obra por muito tempo foi deixada de lado, em boa parte devido à maneira violenta pela qual pretende provar que Newton estava errado. Goethe fez diversas observações corretas sobre a natureza das cores, especialmente sobre o aspecto da percepção emocional e psicológica, que serão retomadas anos mais tarde pela escola da Gestalt e não ferem a teoria de Newton, mas tentou justificá-las com argumentos falhos. Esses argumentos fizeram-no cair em descrença na comunidade científica.

Fonte : http://pt.wikipedia.org/wiki/Johann_Wolfgang_von_Goethe

Karl Roben Eduard von Hartmann, (1842-1906), filósofo alemão, chamado "o filósofo do inconsciente" que em sua metafísica procura conciliar duas correntes contrárias de pensamento, o racionalismo e o irracionalismo, por meio do papel central que atribui ao inconsciente. Hartmann foi um militar por breve período, mas teve que deixar o exército devido a um ferimento no joelho sofrido em 1865 e iniciou então seus estudos de filosofia. Escreveu grande número de trabalhos psicológicos e metafísicos, entre os quais vários estudos sobre os filósofos alemães Kant, Arthur Schopenhauer, e G.W.F. Hegel, além de estudos sociais sobre religião, ética e política.

Die Phflosophie des Unhewusslen ("Filosofia do Inconsciente"), em 3 volumes, de 1870, é considerada sua obra principal e teve várias edições. Mal interpretado, o livro lhe deu fama de filósofo pessimista. Notável pela diversidade de seu conteúdo, a quantidade de exemplos concretos, e seu estilo vigoroso e lúcido, o livro também trouxe a Hartmann uma exagerada reputação de pessimismo. Realmente, ele se aplica ao pensamento de Schopenhauer, cuja visão pessimista do homem e do mundo lhe deu tal título. Porém, Hartmann tem uma esperança otimista no futuro, dentro da ótica de Hegel, em que um estado da civilização, como antítese, sucede a outro e desses opostos sairá uma síntese, sempre com a perspectiva de um melhor futuro para a humanidade..

Fonte: http://www.cobra.pages.nom.br/fc-hartmann.html

Jarros d’água das Denaides?

- Mitologia grega

Filhas de Danaus, as Danaides eram as 50 esposas e primas dos 50 filhos de Egiptus. Danaus não gosta da idéia do casamento que seu irmão Egiptus propôs, então diz às filhas para matar os maridos na noite de núpcias com alfinetes envenenados enfiados no coração deles. Todas o fazem, exceto por uma que se apaixonou pelo marido e fugiu com ele. Esta depois da morte foi para o Elísio, mas as outras foram Foram condenadas a encher de água um tonel furado para limpar seus delitos.

Fonte: http://helenismo.googlepages.com/mitologiaearte.htm

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