quinta-feira, 13 de agosto de 2009

(Resumo) SuperNanny: O sujeito discursivo e a disciplinarização dos corpos

Carolina Coelho Pinheiro (UESB)
carol_coelho@msn.com

O presente trabalho se insere na Análise do Discurso de orientação francesa e mobiliza conceitos e articulações sobre Discurso desenvolvidas no Brasil em torno de Michel Foucault. O tema proposto “SuperNanny: O sujeito discursivo e a disciplinarização dos corpos” coloca em relação à formatação de uma determinada moralidade sobre o corpo, observada a partir do programa televisivo “SuperNanny”. Buscando analisar os mecanismos de controle que esta mídia produz e os efeitos de resistência experienciados pelos espectadores, o tomaremos como objeto para o desenvolvimento deste estudo, trabalhando com a noção de “governametalidade” compreendida por Foucault. O estudo dos mecanismos de controle e resistência produzidos virtualmente viabiliza e faz proliferar os discursos sobre o corpo, monitorando idéias e, não paradoxalmente, incitando a recriação de discursos, ao colocar o sujeito mediante seu exercício de liberdade frente às relações de poder da qual participa tanto institucionalmente quanto em suas relações interindividuais. O corpo pode ser compreendido em suas relações de disciplina e controle, rede intricada de relações de poder, tanto em nível institucionais quanto domésticos. Quando tomado como objeto discursivo o corpo promove uma discussão aguda e extremamente relevante sobre a constituição dos sujeitos e a formação de suas identidades. Ao observar o programa “SuperNanny”, veiculado pelo canal SBT, podemos analisar a produção discursiva que envolve o corpo e suas técnicas de disciplinarização e controle, que apresentam formas de gerenciamento dos sujeitos por meio de uma pedagogia da prática cotidiana. A SuperNanny ,Cris Poli, utiliza métodos de ensino disciplinares, que podem ser compreendidos sob a luz das técnicas de coerção descritas por Michel Foucault: “Como vigiar alguém, como controlar sua conduta, seu comportamento, suas atitudes” (FOUCALT apud REVEL, 2005, p.35). Em primeiro instante, a governanta observa o cotidiano da família e analisa toda rotina. Após estabelecer as regras a SuperNanny deixa o lar sob a vigilância de uma câmera monitorando a distância. O cumprimento ou não das regras leva ao método de recompensa ou ao “cantinho da disciplina”. Considerando a pedagogia disciplinar pode-se concluir que o programa “SuperNanny” nos possibilita compreender as relações de poder que envolve o governo de si e suas extensões em relação ao governo dos outros, considerando a disciplina que incide diretamente sobre o controle da administração do tempo e dos corpos.

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